Há pouco mais de 2 meses escrevi sobre o motivo de viajarmos e comentava como o instagram não entrega o que promete. E hoje o que bomba é o meme do Drauzio Varella: saudade de viajar né, minha filha?
Se está difícil para você imagina para o milhares de lugares que tiveram que abrir mão de uma fonte de renda extremamente forte, o turismo. Seja qual for: família, ecoturismo, religioso, negócio, esportivo etc. Haja place branding para sair dessa crise…
Com a pandemia declarada em março e com a contaminação comunitária no Brasil muitos governos estaduais tomaram medidas de prevenção com a adoção do distanciamento social. E muitas viagens foram adiadas ou canceladas. A Abav Nacional (Associação Brasileira de Agências de Viagens) divulgou a campanha “Adia!”, que tem como objetivo incentivar os consumidores a adiarem seus planos e se protegerem do Covid-19. Governos estaduais, do Rio, de Alagoas, da Bahia, fizeram campanhas nacionais em TV pedindo para que adiem suas viagens para esses estados, “não venha agora, fique em casa” são os motivos centrais dos vídeos.
E quando a “vida” voltar a uma normalidade que poderemos viajar por qualquer motivo, como será? Medidas já estão sendo tomadas por companhias aéreas e de transporte terrestre para assegurar aos clientes segurança. Uma medida interessante é a do Airbnb que lançou o Programa Avançado de Limpeza iniciativa que inclui novo Protocolo de Higienização, em desenvolvimento com orientação de autoridades sanitárias e especialistas em hospitalidade e higiene médica, como informou o site B9 e que cita o comentário de Greg Greeley, presidente de Acomodações do Airbnb:
“As acomodações se tornaram um lugar de acolhimento, e o futuro das viagens também dependerá de uma nova zona de conforto, com a privacidade e os benefícios de um lar longe de casa, sem multidões ou alta rotatividade”.
Por isso, hoje vamos falar um pouco de place branding. Caio Esteve, referência em place branding no Brasil explica que localidades são bem mais que paisagens, monumentos e a criação de logotipos: elas movem, encantam, inspiram, conectam, surpreendem e transformam todos nós, quando bem trabalhadas”.
É fácil imaginar que place branding tem como base o turismo e resultados econômicos como meta, porém há outros fatores como inserir o lugar no “mapa”, melhorar as experiências no local, engajar as pessoas as culturas locais, favorecer o senso de pertencimento e a resiliência. Esse dois últimos ganham relevância nesta crise.
As localidades vão precisar de muita resiliência para ativar o posicionamento de marca, ter uma visão inovadora depois dessa crise, se comunicar com singularidade e autenticidade. E esta ação vai promover o senso de pertencimento ao local que é o começo da valorização dessa marca, e junto disso vem o fortalecimento do comércio local.
O turismo é uma indústria complexa com vários vetores, as cidades precisam ser marcas fortes para ter atração turística. Um plano de ação regular e consistente de place branding promoverá uma lembrança de quem já visitou o local e orgulho de pertencimento aos locais. Tenho certeza que as experiências já vividas ali impulsionada por uma campanha de comunicação integrada possibilitará, o que falei no texto “Viajar para quê?”: Para viver as experiências naquele local, para conviver e compartilhar experiências com amigos, para se dar o direito ao imprevisto, para aprender e compreender que nem tudo vai dar certo, para visitar locais e tirar fotos que não é comum no seu ciclo de amizade, para trazer de volta mais recordações positivas que curtidas. Então, qual sua última viagem e sua próxima viagem?
Fique em casa por mais alguns dias, vai passar. Cuide-se.