Já ouviu falar que o futuro será privado? A frase “O futuro é privado” foi dita pelo Mark Zuckerberg no já longínquo ano de 2019 no evento anual do Facebook. Para ele, a lógica do compartilhamento de conteúdo na internet está mudando. Não podemos negar que se tem alguém com potencial de acompanhar as mudanças no comportamento de usuários é o proprietário do Facebook, Instagram e WhatsApp. E quando falou isso, ninguém imaginava que uma pandemia estava por vir.
Hoje há um excesso de informação e de conteúdo. Tem muita gente falando o que quer, como quer para quem quiser ouvir, um excesso de tudo. Cansa estar antenado a tudo; gera ansiedade a busca insana por saber de tudo um pouco. Ninguém espera, ou não deveria esperar, ter algum conhecimento se restringindo a leitura de manchetes. Lembra do pessoal que ficava em pé na banca de jornal? Hoje ficam no twitter, no instagram, no facebook e no whatsapp.
Desacelerar não é ser devagar
A pandemia fez todo mundo dar uma parada e perceber que era hora de desacelerar. E desacelerar não significa ser devagar, e sim prolongar o presente e viver sem pressa. Assim, foi explicado pela newsletter da Vida Simples ao convidar para uma live sobre Movimento slow: a pressa é inimiga da perfeição em parceria com a revista HSM. Aqui você tem o link para a live gravada. Na conversa foram abordados a questão da desaceleração da sociedade, movimento anterior a pandemia, em função de um consumidor mais atento às questões sociais, ambientais e éticas. E foi citado o case da revista Vida Simples. A revista tem como propósito transmitir informação de uma forma mais profunda e contextualizada, valorizando mais a qualidade do que a quantidade. Dando espaço a profundidade, a reflexão e a criatividade. Eu adoro a revista, #ficaadica.
Acredito que o Zuckerberg defende que o futuro será mais privado no sentido de um conteúdo com curadoria, uma informação contextualizada, uma conversa mais direcionada na primeira pessoa. A internet sempre teve a característica de ter uma comunicação de 1 para n, ou seja, para muitas pessoas e com alcance cada vez maior da mensagem. Com a necessária desaceleração essa Era talvez esteja chegando ao fim. É hora de termos mais pessoalidade.
Conteúdo privado
Produtores de conteúdo estão se dedicando a um formato mais privado. Conectar-se de forma mais personalizada com seu público, compartilhar experiências, fazer uma curadoria direcionada e uma maneira mais segura e privada de publicar conteúdo.
Mesmo com toda a interação que a internet possibilita você deve ter a permissão e a atenção de seu público para um conteúdo específico – num mundo acelerado e com excesso de informação – é algo extremamente relevante. Já parou para pensar que num determinado momento, o seu público dedica tempo e atenção para seu conteúdo? Esse conteúdo privado é encontrado quando o seu público quer se desligar do excesso de informação que lhe é direcionado para dar atenção a um conteúdo específico. Dois formatos tem chamado a atenção dos público: newsletter e podcast.
E nesse sentido quero dar destaque ao formato que curto de fazer e acompanhar: a newsletter. Quanto ao formato podcast deixarei para o próximo ano quando vou abordar o crescimento desse formato no Brasil e o uso pelo público e pelas marcas.
Newsletter
Assim como um site é seu, sua casa, seu porto na internet, na newsletter seus assinantes são seus e estão longe de serem afetados pelas ações instáveis dos algoritmos das redes sociais.
Beatriz Guarezi que escreve a newsletter Bits to Brands, fez um comentário, numa palestra sobre Newsletter como ferramenta de marketing, que representa bem o que é alcançar seu público num formato de conteúdo mais privado: “a newsletter é convidar as pessoas para sua sala de estar e portanto passou a ser um ótimo lugar para se estar e alcançar seu público”. Beatriz também mencionou alguns pontos interessantes sobre o porque a newsletter voltou a ter espaço e crescimento:
Newsletter permite que você seja mais dono da sua base. A lista é sua, e não de um Mark ou algum outro proprietário de rede social que pode afetar sua comunicação dependendo de questões políticas, econômicas ou puro mau humor mesmo.
A Newsletter tem permissão. A sua lista é conquistada (essa é a forma correta) quando a pessoa deixa o seu e-mail na página do site. Não compre lista de e-mails. Aliás, segue bônus: não compre seguidores no perfil do instagram.
A newsletter tem atenção. O assinante pode ler o assunto no momento confortável para ele, não precisa ler no momento que vê, não vai ser perdido no meio de outras informações. E pode ser arquivada para pesquisa posterior.
A newsletter precisa ter consistência. É preciso cumprir com o compromisso assumido com os assinantes. O que não impede de você produtor de conteúdo tirar uns dias de férias, e perder todo o alcance conquistado, né?
As newsletters fazem sucesso porque os leitores estão cansados da quantidade esmagadora de informação disponível na internet.
A informação relevante é a capacidade de curadoria, isto é, falar o para quem quer ouvir. Hoje não pretendo ser uma pessoa antenada, e sim ter a minha bolha com conteúdo diversificado que me permita ter assuntos diversos, que permitam ter vontade de buscar novos conhecimentos, mas sem o estresse do excesso informativo. Por isso me dedico a selecionar os conteúdos que me chegam.
Se puder fique em casa, cuide-se. Até a próxima.